BIOGRAFIA



Santana Castilho é professor coordenador de Organização e Gestão do Ensino da Escola Superior de Educação de Santarém e cronista do jornal Público. Foi membro do VIII Governo Constitucional, presidente da Escola Superior de Educação de Santarém e do seu Conselho Científico e presidente do Instituto Politécnico de Setúbal. Foi consultor do Banco Mundial, da União Europeia e da UNESCO, em projetos educacionais de âmbito internacional. Foi responsável por vários projetos internacionais de investigação educacional. No exercício de atividade liberal, foi consultor e formador de quadros de grandes empresas nacionais e multinacionais, no domínio da gestão estratégica e da avaliação e gestão do desempenho. Foi diretor de várias revistas educacionais, tem vasta obra publicada, em artigos e livros, e é frequentemente solicitado a pronunciar-se sobre Educação, em jornais, rádio e televisão.--  fonte





«O coração de muitos políticos parece reduzir-se a um código legal, que interpretam a seu modo. O meu é feito de matéria diferente e por isso dói e sangra como nunca. Foram muitas as situações ao longo da minha vida em que a minha lei foi ser contra a lei. Contra a lei iníqua. Contra a lei astuta que protege os poderosos e ignora os que nada podem. Contra a lei que despreza a moral e a ética. Contra o direito que não serve a justiça.»

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Assim se define o homem que é conhecido, sobretudo, pelas crónicas que publica no jornal Público: textos imperdíveis  que, de 15 em 15 dias, vêm agitar as águas turvas da torpe política nacional, nomeada e principalmente a referente às coisas da educação.

O estilo contundente dos seus artigos é um tiro certeiro na generalizada apatia, uma pedrada neste charco onde o país se afunda. A clarividência das suas análises, a sua prosa empolgante, cheia de garra, lucidez, inteligência, desassombro, são uma bênção - sempre! - , e uma inspiração, para aqueles poucos a quem a raiva ainda cresce nos dentes e nos dedos, professores ou não. Lê-lo é um bálsamo e um incitamento, saber-lhe o pensamento, uma força reposta.

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O que o move: a persistência e uma vontade férrea, um humanismo que cada dia se vai tornando mais raro, uma  absoluta urgência de transformar o mundo:

«Não desisto de convocar políticos e cidadãos comuns para o debate das ideias e para o exercício de informar com seriedade e verdade. Sem informação e discussão não há vida democrática.»

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Manuel Henrique Santana Castilho nasceu em Beja. A simpatia e devoção que nutre pela classe docente terá despertado logo quando era aluno do liceu desta cidade, em resultado da muita admiração e estima que  lhe mereceram alguns dos professores que aí lhe ensinaram coisas dos livros e da vida e a quem, ainda hoje, rende sentida homenagem..  (ver 1.º vídeo, aqui).

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É, de resto, por influência de um desses professores que Santana Castilho decide licenciar-se em Educação Física. Frequenta o ISEF, em Lisboa, entre --- e --- . Inicia a sua vida profissional como professor desta disciplina e outras afins (Saúde, por exemplo) em escolas Secundárias e noutras que agora se chamariam de EB 2,3.

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Cedo se apercebe, no entanto, de que a paixão o atrai para outros, vastos caminhos, o primeiro dos quais será a Gestão Educacional. A partir daí, o seu percurso ganha foros de 'maratona'. As áreas por que se interessa e as actividades em que passa a envolver-se - sempre, apaixonadamente - são .. ilimitadas.

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- citando Ramiro Marques, do ProfBlog - aqui :

Santana Castilho é professor coordenador do Ensino Superior Politécnico. Com uma longa experiência de gestão escolar -foi presidente do IP de Setúbal e Presidente da ESE de Santarém, durante vários anos - Santana Castilho é autor de milhares de artigos sobre Educação espalhados por diversos jornais e revistas, alguns já desaparecidos como o semanário Tempo e a revista Pontos nos Is, patrocinada pela Texto Editora. Santana Castilho tem uma produção muito vasta - em livros e artigos - sobre gestão e administração escolar e política educativa (*) e é uma voz autorizada sobre a matéria com presença regular em espaços de opinião das televisões e com uma coluna regular sobre Educação no Público.

(*) ver aqui
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- citando o próprio Santana Castilho, a partir de uma carta que, em 9/8/2010, envia a um conhecido blogger da nossa praça - aqui (a redacção foi adaptada para servir esta biografia) :

  • (...) estudei na Suécia em 1979, desenvolvi projectos educacionais (com esse país) quando integrei o VIII Governo Constitucional, acompanho continuadamente a sua realidade educativa. (...)
  • já me desloquei por três vezes à Finlândia, expressamente para estudar a sua organização e a política educativas
  • (...) estudei no Educational Testing Service, em Princeton, manipulando informaticamente dados educacionais, numa altura em que o ERIC chegava a Portugal em papel, apenas.
  • Tenho anos de trabalho em projectos internacionais da União Europeia e do Banco Mundial, onde tabelas e quadros estatísticos nos afogam diariamente.
  • A Escola Superior de Educação de Santarém, a que presidi, assim como ao respectivo Conselho Científico, durante quase uma década (...) foi pioneira, com a Universidade do Minho e a de Coimbra, na introdução da informática aplicada à Educação (...).


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Santana Castilho é professor há 40 anos.

Sei da sua passagem pela então Escola Preparatória e Secundária Francisco Arruda, onde desempenhou funções de Presidente do Conselho Directivo desde pouco depois da Revolução de Abril de 1974 até 1979. Professores que com ele aí privaram (e que eu conheço, pessoalmente ou através do FB..) referem-se-lhe como "um óptimo gestor", um homem "bom e sensível", "exigente", "atento e dedicado", "inteligente", "determinado", "frontal", "solidário" ..

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Neste momento (Novembro de 2010), Santana Castilho é Professor Coordenador na Escola Superior de Educação de Santarém, de que foi fundador e onde exerceu as funções de Presidente da Comissão Instaladora (1985-1992) e Presidente do Conselho Científico.

Desde ---- que aí lecciona cadeiras no âmbito da Gestão aos alunos dos últimos anos, em diferentes licenciaturas.


do site da Escola Superior de Santarém  - Manuel Henrique Santana Castilho: Núcleo, Educação e Currículo. Categoria, Professor Coordenador. Licenciado em Educação Física, Master in Science Teaching and Curriculum
Disciplinas:
(EDUSOC)    - Planeamento e Organização de Acções de Formação
(EDUSOC)    - Gestão das Organizações Sociais
(PR2C-EVT)  - Organização e Administração Escolar
(PR2C-MC)   - Organização e Administração Escolar
(EDUINFA)   - Gestão Institucional
(PROF1C)     - Gestão Institucional
(ACEC_B)     - Políticas Sociais e Culturais


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Santana Castilho teve também uma meteórica - e ainda assim, incómoda q.b. - passagem pelo Ministério da Educação, quando integrou o VIII governo constitucional:

- do ministério da educação - aqui:
Manuel Henrique Santana Castilho - Subsecretário de Estado dos Assuntos Pedagógicos e, mais tarde, Subsecretário de Estado Adjunto do Ministro Fraústo da Silva no VIII governo constitucional (1981-1983)


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- de uma entrevista (aqui) do então ministro da Educação e das Universidades, Fraústo da Silva (12/6/8192-9/6/83), sucessor de Vítor Crespo (4/9/1981-12/6/1982)

«Tratava-se de uma remodelação ministerial de um Governo fragilizado, que só se manteve mais um ano, metade do qual em funções de gestão. (...) acabei por aceitar o cargo após dois dias de pressão, com a condição de escolher os meus Secretários e Subsecretários de Estado (...)
(...) um dos Subsecretários de Estado, o Dr. Santana Castilho, mais tarde veio a sair por imposição superior, e eu não tinha condições de o manter, dadas as suas manifestações públicas muito críticas.»

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do próprio Santana Castilho, aqui:
Estive 8 meses no VIII Governo Constitucional, donde saí por não vergar a coluna.

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retirado daqui:

- Fosse este um país que em vez de fidelidades partidárias valorizasse ideias e capacidades, e Santana Castilho já era ministro da educação há muito, (assim ele quisesse..), por todas as qualidades que se lhe reconhecem e porque tem provas dadas que o recomendam, nomeadamente quando integrou o VIII governo constitucional. E eu lembro-me muito, mas mesmo muito bem do ministério de Fraústo da Silva, um dos 2 únicos ME decentes que tivemos depois de 74 (o outro foi o major Vítor Alves), das justas medidas que preconizava e de como foi tão inexplicavelmente siderado pela Fenprof e restantes associações sindicais!
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Santana Castilho em discurso directo: 
  • A minha luta não é contra os sindicatos, muito menos contra a Fenprof. Não alimentarei o gáudio dos detractores dos professores, nem malbaratarei a generosidade do “Público”, sacrificando o espaço onde há anos defendo a escola pública.  (carta a Mário Nogueira-ver 'polémicas')
  • A educação neste país está num autêntico buraco negro. Devo dizer que em 35 anos de democracia nunca vi uma situação tão calamitosa como a actual. entrevista, verão de 2009
  • As organizações sérias, maduras, estão hoje muito mais apostadas naquilo que se denomina “cultura organizacional” do que propriamente na avaliação do desempenho. (idem)
  • Os professores sabem, têm obrigação de saber, que todo o poder só se constrói sobre o consentimento dos que obedecem.